Recordando 2004

Uma das vantagens das frases sobre política escritas na rua – partindo do princípio que elas não são apagadas ou substituídas por outras – é o de permitir recordar expressões de indignação relativamente a tempos já idos. Como é o caso desta indignada prosa dedicada aos chefes de Estado e de Governo durante o segundo semestre de 2004, após a saída de Durão Barroso para presidir – se é que tais predicados se lhe podem ser associados – à Comissão Europeia. O que aqui está escrito é puro insulto nihilista: o habitual trocadilho com o apelido do então Presidente da República envolvendo enchidos tradicionais portugueses e o epíteto pouco simpático de palhaço, logo seguido de acusações pouco abonatórias sobre Santana Lopes. Olhando em retrospetiva, por estas alturas o país não conhecia os níveis de endividamento e desemprego como hoje conhecemos, não estávamos de cócoras à mercê de um resgate externo e os índices de auto-estima da Nação andavam certamente melhores. É caso para dizer que, mesmo com Santana Lopes e Sampaio, éramos bem mais felizes do que somos hoje.

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